26/07/2010

Olivia said: 'For those who said i'm not real"

É esta a descrição da foto que Olivia Palermo introduziu hoje na sua página do Facebook.


Uma simples frase que me fez pensar em várias temáticas que dariam pano para mangas, como se costuma dizer. Relativamente à Olivia, sim, ela é real, linda, elegante, delicada e com defeitos, como toda a gente! E apenas se sente incomodada com comentários que recebe de pessoas que não a conhecem e fazem juízos de valor acerca da sua personalidade. Uma personalidade que é exposta numa série televisiva 'da vida real', dizem, chamada 'The City'. Como já disse em posts anteriores, eu não acredito na 'realidade' retratada neste programa. Há sem sombra de dúvida, uma produção de factos que não correspondem à verdade pura e crua e a performance da Olivia é um exemplo. Há que tornar a série atractiva, e para isso o que fazem? Manipulam, exageram, tornam tudo mais susceptível de ser 'devorado' pelos espectadores. E se enquanto que a Whitney Port é obrigada a exagerar na sua ingenuidade e bondade, a Olívia penderá obviamente para os extremos da arrogância. 

Como já disse, e fruto das minhas experiências anteriores, há muito que me deixei de iludir com tudo aquilo que a televisão nos quer fazer crer. Neste meio, tudo é intencional, manipulado, programado ao milímetro, e o espectador comum é um simples 'factoche' nas mãos destes senhores. Mas não sabe, não se apercebe que nada é ingénuo, nada é natural. Passando à realidade concreta do jornalismo televisivo, foi este ´mundo do faz de conta' que me desiludiu, que me fez querer sempre optar pela imprensa, onde a preocupação com a imagem, com a manipulação, não se sobrepõe a tudo o resto. É claro que em televisão há pequenos detalhes que fazem a diferença, que levam a que todos os jornalistas 'apaixonados' pela profissão batalhem e ambicionem chegar à 'caixinha mágica'. Detalhes que se baseiam no salário, no mediatismo que de tão chato e repugnante traz um jantar que é oferecido, uns sapatos e um vestido que são dispensados e por aí adiante. Traz poder. Traz milhões. De euros, de olhares, de ofertas, de condenações públicas, de denúncias também, e é isso que a torna tão apetecível. Mas só alguns lá chegam e hoje em dia ter uma boa imagem é um dos requisitos principais para ser um ´bom´ jornalista de televisão. Que o diga a TVI. É tão estranho que os pivots sejam todos giros! E a nova geração de actores? Será que os jovens menos bonitos deixaram de ter jeito para representar? Onde estão os Camachos Costa, os Antónios Feio, os Josés Rodrigues dos Santos? Lógico que há bons profissionais, que a beleza às vezes pode ser uma condenação para os próprios, mas beleza versus jornalismo versus televisão deveria estar fora de moda, ao invés de estar cada vez mais na moda. E imagem e belezas à parte, falando na profissão em si,  façam-me acreditar no jornalismo televisivo, por favor!

Esta é a minha visão das coisas. Vale o que vale. Pode ser um contra-senso, mas que fique claro que na televisão apenas me fascina a ficção. A realidade, essa, está condicionada há muito! Pois que venham séries, filmes e muitas novelas! Alguns documentários, claro, nos canais que não vivem 'dependentes' de audiências.

Desabafo!!! :)

2 comentários:

  1. Só os mais distraídos ainda acreditam na versão romântica do jornalismo... objectivo, real e imparcial. Esse jornalismo não existe e tenho sérias dúvidas de que alguma vez tenha existido.
    Basta para isso pensarmos que a informação que é veículada é sempre uma interpretação de quem dá a noticia.

    Ampliando esta visão, não é só através da televisão que somos manipulados. Na verdade, concordo com a teoria do "Big Brother" avançada por George Orwell, curiosamente jornalista de profissão.

    Já pensaram que o nosso dia-a-dia é registado e controlado diariamente através das chamadas que fazemos, dos movimentos bancários que efectuamos, dos sistemas de vídeo-vigilância dos locais onde nos movimentamos?

    Afinal que liberdade é esta que é apregoada como se de uma grande conquista se tratasse?
    Pouca coisa mudou. Os mecanismos é que são mais rebuscados.

    http://bookdeumafashionista.blogspot.com/

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  2. É verdade Sofia. Ampliando o fenómeno da manipulação televisiva à nossa vida quotidiana, é certo que estamos muito condicionados na nossa 'liberdade'. A minha ideia, até porque, como disse, isto dava matéria para vários manuais, era falar da hipocrisia da televisão, da manipulação de que somos alvo, da verdade que não é verdade, do predomínio da imagem sobre o profissionalismo. Enfim, coisas que nos fazem pensar, mas que a maioria consome sem se aperceber do que está por detrás e isso é que me preocupa. As massas anda não têm conhecimentos suficientes para se aperceberem de que a televisão e os demais os utilizam como fantoches. E tudo por uma questão de dinheiro, de poder... É a era do capitalismo...
    Obrigada pela troca de ideias ;)
    Bjs

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