09/06/2016

Série | Heartbeat


Estreou este ano e de este ano não passou. E infelizmente. Não vou cair na facilidade de um lugar comum e dizer que esta série não vingou por ser uma imitação fraca de Anatomia de Grey. Não penso que seja assim. Aliás, até concordo que possa ter alguns pontos concordantes, afinal é uma série de médicos mas, sinceramente, acho que havia lugar para as duas. Heartbeat cumpre o papel tão bem e emociona tanto como Anatomia de Grey e quem viu deve concordar comigo. O pecado, se é que o houve, foi mesmo ter sido cancelada ao fim de 10, sim, 10 míseros episódios. Porque havia ainda muito para contar e tanto para explorar... 

Mas o melhor mesmo é contar-vos um bocadinho sobre a série.



Heartbeat é baseada em factos reais, na auto-biografia da Dra Kathy Magliato (Dra Alex Panttiere na série), uma famosa cirurgiã toráxica que salta constantemente o protocolo em prol dos seus pacientes e com uma vida privada preenchida (e de que maneira) por três homens: o ex-marido gay e pai dos dois filhos (Max, o rocker), o namorado, também ele médico (Dr. Pierce Harrison) e o mentor e amor platónico (Dr. Jessie Shane), que volta a aparecer na sua vida e desperta sentimentos que pareciam esquecidos. Vemos aqui todos os ingredientes para uma família disfuncional, mas que, pelos vistos, parece funcionar.

Eu sou completamente #teampierce (Dave Annable). A química entre os dois actores é genial e super ternurenta. Há momentos muito bonitos que nos deixam simplesmente derretidas. Com Don Hany, o Dr. Jessie, é diferente, a relação está mais centrada no passado e a empatia entre os actores, embora funcione, não é tão forte. Na minha opinião, claro! Também ajuda o facto de eu ter uma simpatia especial pelo actor Dave Annable, que já vimos em Brothers & Sisters, por exemplo.




RAZÕES PARA VER HEARTBEAT

  • Se tivermos em conta que o livro de Kathy Magliato foi um best seller nos Estados Unidos e que quem dá vida à protagonista é Melissa George, uma das actrizes queridas na indústria televisiva americana, temos já um bom começo. A actriz está muito bem no papel de médica despistada (deve ter ajudado ter entrado em Anatomia de Grey), que mete constantemente os pés pelas mãos, mas extremamente sensível e humana em relação aos doentes. Uma cirurgiã que "arranja" os corações alheios, mas que tem o próprio partido. A actriz dá credibilidade a um personagem complexo, que é a base de uma história que desenharam bastante fresca e dinâmica.

  • Como série de médicos que é, Heartbeat  não pode fugir aos mesmos temas de sempre: a relação com os doentes, os dilemas, o conflito negócio-serviço público, a incompatibilidade de uma profissão exigente com a vida pessoal. No entanto, acentua-se bastante menos o drama e mais o humor, com uma protagonista que leva (quase) todo o peso cómico da série.
  • Um ponto que separa bastante Heartbeat de Anatomia de Grey é o facto de a primeira se centrar quase exclusivamente na protagonista, ao bom estilo House. Os outros personagens são meramente figurantes, no verdadeiro sentido da palavra. Pouco ficamos a saber, por exemplo, sobre o ex-marido ou a chefe de Alex. O que eu não sei se é bom ou mau.
  • Esses personagens secundários são, no mínimo, peculiares - imaginem-se um anestesista que só tem um olho, um médico viciado em sexo, and so on... Estes papéis, embora "mudos", já que poucos desenvolvimentos há sobre eles, tornam-se, ainda assim essenciais apenas com as suas nuances
  • A música é um dos grandes pontos destacáveis da série. Quando parece que é o drama que se vai impor, lá aparece um tema que rompe totalmente a carga pesada do momento. O que não quer dizer que não haja cenas mais fortes e arrepiantes. Uma delas foi, sem dúvida, toda a equipe no bloco operatório a fazer uma intervenção no pai da protagonista, ao som de uma ópera. Neste episódio, a ópera é um tema recorrente e fala-se constantemente de La Traviata de Verdi ou La Bohème de Puccini. E eu, que adoro ópera, gostei especialmente deste capítulo.
  • Finalmente, numa altura em que o que mais se vê por aí são séries de efeitos especiais e cenas surreais, é uma lufada de ar fresco uma série sobre histórias da vida real. 


Enfim...

 Se ainda não viram e são daquelas que têm coragem de ver, mesmo sabendo que não vai haver novos desenvolvimentos, encorajo fortemente. No final, vão ficar como eu, com uma sensação muito estranha, mas a favor há um último episódio absolutamente imprevisível e maravilhoso!

Vejam. 

4 comentários:

  1. Também eu já vi a série.. Estive para te sugerir porque achei que ias gostar mas depois acabei por me esquecer. My bad!! ;) Não acho que seja uma série brilhante mas as cenas de humor são, de facto, maravilhosas. No fundo acho que é muito equilibrada em todos os pontos. Contrariamente a ti eu sou #teamjessie não me perguntes porquê. É que na verdade concordo com o que disseste acima sobre a química com o Pierce.
    Quanto ao facto de ter sido cancelada, quando comecei a ver penso que já havia saído a notícia do cancelamento, eu não sabia mas calculei que fosse tomar esse rumo. Já vi várias séries deste género serem canceladas. Fico com pena mas nada ultrapassa o desgosto do cancelamento de Betrayal. :(
    Bjinhos ** :))

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    1. A sério, o Jessie? :) :) A mim não emocionou nada... Quanto a Betrayal, também discordo, acho Heartbeat melhor série, no meu caso, o desgosto com o cancelamento não foi sequer comparável. Enfim, nós os viciados em séries é que sofremos! :) Beijinhos, e não hesites nunca em partilhar novidades, por aqui fazem falta!

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    2. Agora também ando numa fase um bocado "órfã de série". Novidades precisam-se! Resta-me contar os dias que faltam para suits. Que pena fazerem paragens tão grandes e logo duas por ano.. Nas outras séries parecem-me mais curtas! Parece que volta daqui a um mês sensivelmente ;)

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Muito obrigada pelo feedback!!