07/07/2016

Série | Brothers & Sisters


Se estão à procura de uma série de qualidade inquestionável, com grandes manobras de realização, textos incríveis e argumento super original, deixem já de ler este post, porque Brothers & Sisters não é o que procuram. 

É, isso sim, a série com a melhor família televisiva de todos os tempos,  pelos valores que nos transmite, pela realidade que passa, a tal ponto e de tal maneira, que quando nos damos conta já vivemos cada cena como se fosse nossa. E não basta ver um episódio aqui e outro acolá, como eu fiz quando a série estava em exibição, para ficarmos viciados. Não, esta série exige fidelidade, para que a relação cresça. É um amor que se vai construindo à medida que os personagens se vão "entranhando" na nossa vida. E acreditem, quando isso acontecer, vão querer vê-la para sempre e esquecer o facto de que a quinta e última temporada já foi emitida em 2011. Como disse atrás, tinha visto alguns episódios soltos há uns anos, sem grande entusiasmo, até que há pouco tempo, decidi pegar na série desde o início. E foram 100 episódios num abrir e fechar de olhos. 

Brothers & Sisters é esse tipo de séries realistas, onde não há tiros, crimes nem bombas, mas que nos fazem pensar nas coisas da vida e reconhecer reacções e comportamentos em nós mesmos ou nas pessoas que conhecemos. É, sobretudo, uma série com uma mensagem positiva, com diálogos divertidíssimos entre os membros desta família modelo que afinal não é tão perfeita como pensávamos. 



Os Walker


Uma família adinheirada, com cinco filhos, dona da empresa Ojai Foods, sofre de maneira inesperada a perda do patriarca devido a um enfarte. Uma morte que traz à tona vários segredos ocultados durante décadas, como a existência de uma amante e uma filha. Durante cinco temporadas, Brothers & Sisters explora as vicissitudes desta família tipicamente americana, que não consegue guardar um segredo nem passar um episódio sem fazer as típicas conference call familiares.  



Poderíamos dizer que silêncios, tensões ocultas, frases que se dão por entendidas, rancores e sentimentos frustrados são elementos típicos de qualquer relação social. A isto se chama viver para a maioria. Menos para os Walker. Eles não deixam nada por dizer. São melodramáticos, discutem, gritam, riem, dizem "Amo-te" por tudo e por nada para logo retirarem o que disseram no dia seguinte. Cada problema explode e salpica irmãos, tios, pais ou quem quer que esteja por perto nesse momento, e parece que a família se vai desintegrar para sempre. Aliás, não há jantar ou celebração em família que não termine com todos a discutir ao mesmo tempo, nem que seja por causa do serviço de loiça. Mas tudo passa. Porque para eles viver é assim, sentir tudo à flor da pele e não deixar nada para a imaginação do outro. O que poderia ser facilmente o maior defeito desta família - o dramatismo -, converte-se na sua grande virtude, uma relação familiar sem filtros e alheia ao politicamente correcto. 



Vou sentir muita falta deles!!!


Nora Walker
A matriarca, mulher coragem, autêntica mãe-galinha, que faz das tripas coração para proteger os filhos. Sally Field, duas vezes galardoada com um Oscar, está fenomenal neste papel que, inclusivamente, lhe valeu o Emmy de Melhor Actriz Dramática em 2006. 

Kitty
"Sou conservadora, dura contra o crime, forte na defesa, o país vem primeiro, antiquada e agressiva". Assim se definia Kitty (Calista Flockhart, mulher de Harrison Ford) no primeiro episódio. Um personagem com convicções políticas bem definidas, uma republicana que encontra no seio da própria família o palco de debate, já que grande parte dos elementos são democratas e, por isso, mais liberais, como é o caso da mãe e do irmão Kevin, gay assumido. Esta politização da série ganha mais destaque quando entra Rob Lowe, que interpreta o senador Robert McCallister, que virá a ser o marido de Kitty


Kevin
Advogado, homossexual assumido, com graves dificuldades para se comprometer afectivamente, até que conhece Scotty, com quem viria a protagonizar o casal mais estável e amoroso da série. O galês Matthew Rhys está brilhante no papel de Kevin, com o seu sotaque britânico praticamente invisível e, sem dúvida, o meu personagem favorito. 

Justin
É o mais novo dos cinco irmãos e o mais problemático mas, também, o mais doce e o mais puro. É um ex-marine que regressa do Afeganistão com problemas de dependência de álcool e drogas, mas que conta com o apoio da família para tentar sair do poço onde se meteu. Dave Annable foi considerado por muitos a surpresa agradável da série e a revelação. Eu não poderia concordar mais. Apesar dos problemas, Justin tem momentos hilariantes, super divertidos, em contracenas fantásticas com o irmão Kevin (Matthew Rhys tornou-se mesmo amigo pessoal de Annable). O actor entrou recentemente na série Heartbeat - falei dela aqui.

Sarah
É a mais velha, a mais objectiva dos irmãos e a que fica a dirigir a empresa familiar depois da morte do pai, logo no primeiro episódio. É casada e mãe de duas crianças, mas o casamento está por um fio. Passa a série em busca do amor e do reconhecimento profissional, principalmente quando a situação na empresa começa a complicar-se. Sarah é interpretada pela actriz australiana Rachel Griffiths, que já vimos em Six Feet Under.

Tommy
Tranquilo, trabalha com a irmã na empresa familiar. Nunca chega a entender por que motivo o pai não lhe deixou a presidência da empresa, o que gera atritos frequentes com Sarah. É casado e o mais frágil dos irmãos, já que nunca consegue fazer frente aos problemas que vão surgindo. Espera sempre que os outros arranjem a solução, o que lhe vai trazer várias dificuldades aos longo da série. Baltazar Getty é o actor que dá vida a Tommy e que, ainda durante as gravações, protagonizou o escândalo sexual com Sienna Miller -viveu um affair com a actriz, sendo casado e pai de quatro filhos, mas a mulher perdoou. Lembram-se? 


A Mais Bonita História de Amor



Kitty e Robert são, para mim, um dos casais mais credíveis da ficção televisiva. A química é bestial, a storyline deles das mais emotivas e apaixonantes que vi nos últimos tempos. Passam por tudo e mais um par de botas e, mesmo assim, no final, seja feliz ou não, sabemos que valeu a pena ver cada segundo destes dois. E voto em Rob Lowe para o - agora - cinquentão mais sexy da televisão. 




Conclusão: Brothers & Sisters tem, sem dúvida nenhuma, algumas debilidades, motivadas pela constante mudança de argumentistas ao longo das temporadas e pela saída de alguns actores importantes. No entanto, pelos motivos que já mencionei, vale a pena ver. A série caiu nas duas últimas seasons, mas terminou de forma bem aceitável, com histórias encerradas e o casamento de um dos irmãos. Mais do que tudo, com a satisfação de Nora Walker ao ver cada um dos filhos seguir em frente com as suas vidas, provando que a sua felicidade só depende da deles.


Agora cabe a vocês que ainda não viram, avaliar se esta série merece, ou não, uma oportunidade!


Eu acho que sim, ou não estaria a falar dela! :)

2 comentários:

  1. Por acaso foi série que nunca me prendeu.. Talvez por ter sido como tu, um episódio aqui outro ali. Pela tua opinião e como até temos gostos semelhantes nas séries (à excepção de betrayal ahaha) vou lhe dar uma nova oportunidade :) Uma vez mais obrigada pelas sugestões ;)

    Beijinhos

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  2. Amei todas as temporadas; Por aqui já deu há alguns anos :)

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Muito obrigada pelo feedback!!