30/03/2016

Mini Séries | Jane Austen

Tenho a certeza absoluta que uma boa parte de vocês é fã de Jane Austen, a romancista britânica mais popular de sempre.

Eu sou. Sou daquelas "pirosas" que adoram histórias de amor com happy end, contos de fadas que nos fazem sonhar, portanto, não é de estranhar que gosto de acompanhar estas adaptações ao cinema e televisão das obras da autora. Para quem não sabe, são seis os romances publicados: Sense and Sensibility, Pride and Prejudice, Mansfield Park, Emma, Northanger Abbey e Persuasion.

Hoje, quero falar-vos apenas de três mini séries que vi ou revi nos últimos tempos e que acho que quem não viu, vai gostar de ver. Têm apenas 3/4 capítulos (6 no caso de Orgulho de Preconceito), o que não vos vai roubar muito tempo e, como podem imaginar, acaba sempre tudo bem. Em dias menos bons, isso pode ser uma grande "injecção" de optimismo!

E antes de tudo, sublinhar: quando estamos a falar de romances ingleses, de uma coisa podemos estar certos, a BBC vai pegar no argumento e vai adaptá-lo à televisão de maneira brilhante. E isso já é meio caminho andado para lhes darmos uma oportunidade.


PRIDE AND PREJUDICE (1995)



Tinha de começar por Orgulho e Preconceito, o romance mais famoso de Jane Austen e o que mais vezes foi adaptado ao grande e pequeno ecrã, desde a publicação da obra, já lá vão mais de 200 anos.  

A história desenrola-se no início do século XIX numa zona rural perto de Londres. Fala-nos sobre Elisabeth Bennet, uma rapariga especial, com uma personalidade avançada para o seu tempo. Pertence a uma família que não sendo pobre, também não é rica, portanto, isso impede que Elisabeth e as quatro irmãs aspirem a casamentos com homens de grande fortuna.



Mas - há sempre um mas -, a trama complica-se quando, na zona onde vivem, aparecem dois amigos que, para além de serem ricos, são atraentes. Um deles, Mr. Darcy, um homem muito especial, orgulhoso, preconceituoso, e que ao conhecer Elisabeth, o sentimento de antipatia é imediato. E mútuo. Até se aperceberem que são apaixonados um pelo outro.



Mas o que torna a mini-série tão interessante?

Esta adaptação de 1995, é considerada pelos críticos como a grande versão televisiva da obra de Austen. Por vários motivos, mas em grande parte "por culpa" de Colin Firth, que dá vida ao Mr. Darcy mais convincente e desconcertante de todos. Um Colin Firth que a partir daqui consegue saltar de actor britânico mais ou menos conhecido, à categoria de estrela. É dele o melhor Mr. Darcy ever, aquele que mais nos agarra, que nos faz apaixonar logo na primeira cena. 

Quanto a Elisabeth Bennet, quem interpreta o papel é a actriz Jennifer Ehle, a mãe de Anastasia Steel, em 50 Shades of Grey, entre outros papéis em filmes bem conhecidos. Neste caso, não posso dizer que seja a minha Elisabeth Bennet favorita, acho que Keira Knightley agarrou bem melhor o papel na adaptação ao cinema de 2005. Mas isso sou eu, que sou fã da actriz, principalmente em papéis de heroína de séculos passados. Adoro aquela delicadeza tão típica inglesa que ela nos passa, a expressão facial, o dizer tanto com os olhos e tão pouco com palavras.   

Uma curiosidade: Helen Fielding, a autora de O Diário de Bridget Jones, criou o personagem de Mark Darcy à imagem e semelhança de Mr. Darcy de Orgulho e Preconceito. Quando o livro foi adaptado ao cinema, o papel de Marck Darcy foi entregue, naturalmente, a Colin Firth.



EMMA (2009)




Emma. Mais uma anti-heroína de Jane Austen, que de tão controversa, se torna apaixonante. Já quando publicou a obra, em 1815, a romancista dizia: "Vou ter uma heroína que de certeza não vai agradar a mais ninguém a não ser a mim". E é isso o que parece quando vemos/lemos as primeiras cenas. Há momentos em que nos apetece simplesmente dizer-lhe "Basta!". Porque Emma, uma jovem rica, inteligente e orgulhosa, acha que tem grandes dotes da casamenteira, o que vai gerar problemas a algumas pessoas. Não só exagera nestas suas habilidades, como o seu orgulho impedem-na de admitir quando se engana e reconhecer os seus sentimentos. 

Nesta adaptação de 2009, Emma é interpretada por Romola Garai, uma escolha que suscitou algumas críticas. As comparações com Gwyneth Paltrow - que antes tinha dado vida a Emma na adaptação cinematográfica de 1996 - são invitáveis. Eu vou confessar que sou #teamromola, porque gostei da "chispa" que ela deu ao personagem, as expressões e sorrisos travessos, a energia contagiante. Pelo contrário, Gwyneth Paltrow parece-me sempre muito boring.



Mas está a faltar o herói, o Mr. Knightley, que nesta mini-série é interpretado por Jonny Lee Miller, o protagonista da série Elementary e, para quem não sabe, o primeiro marido de Angelina Jolie (podem imaginar?). Em Emma, é amigo de longa data da família, uma espécie de irmão mais velho da protagonista e que, ao bom estilo de Jane Austen, acaba por perceber que é apaixonado por ela.

Os ambientes são cuidados ao máximo e o humor de Austen está reflectido em todos os personagens e diálogos. Especialmente quando se trata do pai de Emma, um hipocondríaco do pior, a quem uma corrente de ar é capaz de lhe tirar o sono!





SENSE AND SENSIBILITY  (2008)



Ao contrário das duas histórias anteriores, em Sense and Sensibility as duas protagonistas sofrem verdadeiramente por amor. Não é que a meio da trama se dão conta de que afinal estão apaixonadas pelo amigo ou pelo inimigo. Não! Estas duas irmãs, Elinor e Marianne, apaixonam-se perdidamente pelos homens errados e até verem o seu final feliz, muitas lágrimas vão cair.

Assim em traços gerais, quando o pai da família morre, as três filhas e a viúva são obrigadas a deixar a casa onde vivem, que passa a ser herança do filho do primeiro casamento. As quatro mudam-se para uma casa humilde e é no meio destas mudanças económicas e sociais que as duas irmãs mais velhas encontram o amor.  



Elinor é a irmã mais velha, responsável e sensata. Sabe sempre qual é o seu lugar e faz questão de guardar para si os seus sentimentos. É apaixonada por Edward, uma paixão correspondida, mas a relação não avança porque, por algum motivo que ela desconhece, ele não se declara. E por aí vamos.

Mais-valia: Edward é interpretado por Dan Stevens, o "nosso" querido Matthew de Downton Abbey!!



Marianne, é o oposto da irmã. Um ser romântico, sensível e passional, que vive tudo com muita intensidade. O primeiro amor, Willoughby, partilha com ela essa visão da vida extremamente idealizada, o que lhes acabará por trazer problemas. 



Depois, há o coronel Brandon, um homem mais velho que se apaixona por Marianne assim que a vê. Não é correspondido, mas tudo aquilo que está disposto a fazer por ela ao longo da série é simplesmente enternecedor.  


A série está repleta de imagens maravilhosas. Desde os planos gerais, com paisagens de verde intenso, às vistas impressionantes que as protagonistas têm desde a modesta casa onde vivem. Os pequenos detalhes evocam a pura paixão, como as mãos de Edward e Elinor no livro, aquele que ele lhe oferece ao despedir-se, numa cena carregada de sentimento. Um livro em cuja dedicatória se pode ler apenas a palavra"amigo".



O final da série também está fantástico, porque nos mostra de uma maneira bastante visual a visão diferente do amor que têm as duas irmãs. Por um lado, Marianne, tratada como uma princesa, levada ao colo até à sua imponente mansão, sob o olhar apaixonado do marido. Por outro, vemos Elinor, que se vê radiante e feliz com Edward na pequena quinta, rodeados de animais. Porque não precisam de mais nada, apenas um do outro.



Também em Sense and Sensibility, não faltam comparações com o filme de 1995, que na altura contou com um elenco de luxo. Hattie Morahan, a Elinor, não é Emma Thompson, no entanto, está fabulosa no papel de irmã mais velha, serena, sensata, mas com momentos em que se podem vislumbrar os seus sentimentos.

Charity Walkerfiel, que interpreta Marianne, também não é Kate Winslet, que por sinal arrasou no filme de 1995, mas não podemos de maneira nenhuma dizer que esteve mal. O facto de haver momentos em que nos apetece simplesmente esbofeteá-la, só pode ser bom sinal.

Dan Stevens, o Edward, dá 20 a 0 a Hugh Grant, que em 1995 não convenceu no papel de jovem tímido e incapaz de quebrar um compromisso ainda que isso o faça infeliz a vida toda. É que um papel com estas características "não pega nem com cola" ao galã britânico mais rompe-corações de sempre.  



E com isto chegamos ao final deste "capítulo". Como sempre, incentivo-vos a "agarrar" nestas mini-séries. 
Vai valer a pena, asseguro!

2 comentários:

  1. Conhecia a primeira série as outras duas não. Como sempre fiquei curiosa. Os rapariga, tu desgraças-me com as séries! Mas como até agora não me arrependi de ver as tuas sugestões de séries, que não conhecia, estas são as próximas da lista. Assim tenha tempo. :) Obrigada ;) bjinhos

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    1. Estou aqui para isso mesmo, para vos "desgraçar"! :) :) Acho que deves mesmo ver estas duas, não te vais arrepender!

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Muito obrigada pelo feedback!!