07/03/2017

TRUE BLOOD | VAMPIROS, FADAS E OUTRAS COISAS SOBRENATURAIS

Mais uma história que termino e mais uma que me vai deixar saudades.

Não porque TRUE BLOOD seja a melhor série que tenha visto nos últimos tempos, está longe disso. Mas porque me marcou. De uma maneira que eu nem consigo explicar. Tem, de certeza, que ver com o elenco de personagens, um grupo com o qual criamos empatia quase sem nos darmos conta. E eu nem falo da protagonista, a Sookie, até porque o perfil desta empregada de mesa com poderes telepáticos e a dar-lhe para o "sonsa", está mais para odiá-la do que para amá-la.




Falo, acima de tudo (e espantem-se) de um vampiro viking com mais de 1000 anos, de perfil taciturno e com um humor cortante. Falo de um cozinheiro (muito) gay com poderes de medium e a quem pertencem as cenas mais hilariantes. Falo de Pam (todos adoram a Pam), a vampira poderosa, gerente do Fangtasia, o bar de vampiros mais divertido de sempre. Falo de Jason Stackhouse, o irmão "justiceiro" da protagonista, um mulherengo invertebrado que não deve muito à inteligência e o único dos protagonistas sem poderes paranormais. E por ai adiante.


TRUE BLOOD é a primeira série de vampiros que vejo. Nunca fui muito dada ao sobrenatural, acima de tudo, não me atrai o anti-natural. Porque sempre me pareceu uma perda de tempo. Afinal, inventar para quê? Se não existe, "what´s the point?". No entanto, pouco a pouco vou mordendo a língua. Já antes mordi com Vikings e com Outlander, duas séries com uma boa dose de fantasia e que acabaram no meu top 5 de preferências, o que não pode ser coincidência. 


Mas do que é que se trata TRUE BLOOD?


Quarteto de vampiros em acção: Eric, Pam, Deborah e Bill


Depois de milhares de anos a viver na sombra, os vampiros vêm finalmente a oportunidade de se inserirem na sociedade e conviverem com os humanos, com os mesmos direitos e deveres. Tudo porque os japoneses descobrem uma maneira de sintetizar artificialmente o sangue humano e daí até o "engarrafarem" e lançarem para o mercado, é um passo. Nasce, então, o True Blood, uma bebida que vem satisfazer as necessidades dos vampiros, que deixam assim de ter de matar humanos para se alimentarem. Isso provocará uma espécie de "revolução social", com uns a favor da integração e outros contra.


Bill e Sookie


No meio desta mudança, está Bon Temps, uma pequena povoação no norte de Louisiana onde vive Sookie Stackhouse (Anna Paquin), uma empregada de mesa que tem um dom que despreza: é capaz de ler os pensamentos dos restantes humanos. Sookie vai-se apaixonar por Bill Compton (Stephen Moyer), um vampiro "decente" mas cuja relação lhe vai trazer muitos problemas ao longo das temporadas (isto na ficção, porque na vida real acabam por se casar e ter gémeos ☺).

Para animar a coisa, temos Eric Northman (Alexander Skarsgard), o vampiro veterano e sheriff da zona 5 (que é uma espécie de supervisor de vampiros do Louisiana), o impoliticamente correcto e de carácter duvidoso (ou isso nos é levado a crer nas primeiras temporadas). Forma com Sookie e Bill um interessante triângulo amoroso, com uma relação a balançar frequentemente entre o amor e o ódio, entre o bromance e a rivalidade. É, indiscutivelmente, o meu personagem favorito, com Alexander Skarsgard a dar um show de interpretação e a encontrar neste papel a rampa de lançamento de uma carreira que hoje em dia está no auge. As melhores cenas, as mais divertidas e desconcertantes, são as do Eric, seja a contracenar com a sua protegida - a Pam, a vampira mais maravilhosa de sempre e que não se podia parecer mais com o seu "maker" -, seja com Sookie ou com Bill


Eric e Sookie


A esta história, juntam-se, ainda, boas histórias secundárias que envolvem personagens que se transformam em animais, bruxas, fadas e homens-lobo. Curiosidade: o chefe da manada dos lobos, Alcyde, é interpretado pelo marido de Sofia VergaraJoe Manganiello, que também se vai apaixonar por Sookie, e não nos ficamos por aqui.

É por causa deste "excesso" de fantasia - que de resto se vai intensificando à medida que as temporadas passam - que os críticos defendem que a série perde o rumo. Eu não concordo. Tirando talvez as duas últimas temporadas, que me pareceram algo forçadas e com um final que pode desagradar aos mais românticos, a série conseguiu sempre manter um bom nível de interesse, com histórias cruzadas bem delineadas e que, muitas vezes, tiraram o protagonismo à trama central. 



Jason Stackhouse e o detective Andy Bellefleur, a força policial da povoação



Apesar de todas as críticas que sofreu, a verdade é que TRUE BLOOD mantém-se de pedra e cal como um dos grandes êxitos da HBO nos últimos anos (esteve no ar entre 2008 e 2014). E não podemos ignorar que tem um dos melhores genéricos de sempre, com um Bad Things de Jace Everret a meter-se-nos na cabeça para nunca mais sair. Ainda agora canto "I wanna do bad things with you". ☺



Mas volto a frisar para depois não dizerem que não vos avisei: se tiverem curiosidade de ver, preparem-se, porque o final pode não vos agradar. Mas o resto vale a pena e mais não digo.


Sem comentários:

Enviar um comentário

Muito obrigada pelo feedback!!